terça-feira, 13 de novembro de 2012

Após quebra-quebra, operários de Belo Monte iniciam paralisação

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AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
Atualizado às 17h50.
Após um fim de semana tenso, operários da hidrelétrica de Belo Monte (PA) iniciaram uma paralisação nesta segunda-feira (12) para pressionar a empresa a melhorar sua proposta de acordo coletivo.
No fim de semana, houve quebra-quebra e queima de galpões na obra. A Polícia Civil de Altamira (900 km de Belém) já prendeu nesta manhã cinco operários sob a acusação de terem provocado a confusão. Eles foram identificados pelo circuito interno de vigilância.
O CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) diz que computadores, mesas, cadeiras e arquivos da empresa foram destruídos. Segundo a polícia, houve até furto de filmadoras e câmeras digitais.

Protestos em Belo Monte


27.out.11/Efe
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Índio em protesto contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu
Na noite de domingo (11), os trabalhadores tomaram máquinas da obra e fecharam a estrada que dá acesso aos canteiros, impedindo que houvesse expediente nesta segunda.
Com isso, o próprio CCBM resolveu dar folga, para evitar confusões.
São cerca de 14 mil trabalhadores parados, em uma obra com custo de R$ 25 bilhões, uma das maiores em andamento no país.
Essa paralisação, porém, não tem o apoio do Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada), que é o representante da categoria. O Sintrapav ainda está negociando com o CCBM, mas afirma que deve ser deflagrada uma greve geral caso não haja acordo.
O Sintrapav é filiado à Força Sindical. Outra central sindical, a Conlutas, ligada ao PSTU, está ajudando na mobilização dos operários nessa atual paralisação.
FOLGAS
A revolta dos trabalhadores começou no sábado (10), quando eles recusaram, em assembleia, as propostas do consórcio.
A principal insatisfação deles é em relação às folgas prolongadas para visitar suas famílias. Conhecidas como baixadas, essas folgas atualmente ocorrem a cada seis meses.
Eles querem que o intervalo entre as baixadas seja reduzido para três meses. O consórcio fez uma proposta de que a primeira baixada fosse em cinco meses, a segunda em quatro meses e a terceira, em três. Os operários recusaram.
Eles também querem um reajuste maior do que os 11% oferecidos.
O sindicato irá se reunir novamente com o consórcio para tentar obter uma nova proposta e submetê-la aos trabalhadores. Caso seja recusada, pode ter início uma greve.
Belo Monte tem conclusão prevista para 2019 e será a terceira maior hidrelétrica do mundo.

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